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Resumos

Resumo

Ernesto Português (Instituto de Educação da Universidade de Lisboa)

Monsenhor Airosa – pedagogo – empresário. História do Colégio de Regeneração de Braga – 1869-1931

Há memórias que serenam e outras que perturbam e inquietam. São estas últimas que nos interpelam, impelem e encorajam a combater a amnésia que hodiernamente se vai tornando norma em muitas instituições que perderam a consciência do seu percurso e da sua identidade. É em torno da identidade desta Instituição e do seu percurso que se construiu uma tese de doutoramento. Mais que o resultado vale por si o percurso, o caminho.

Esta instituição conseguiu, ao longo dos tempos, “transfigurar” e abrir caminhos, rasgando novos horizontes de vida a quem à sua frente só vislumbrava escuridão.

A projeção desta obra para fora das “muralhas” da instituição e da cidade de Braga mereciam um olhar focalizado no projeto educativo inovador do Fundador – de quem Antero de Figueiredo dizia ter ele uma universidade no coração – porque os princípios em que se baseia continuam a ser válidos para os tempos de hoje e dignos de ser levados aos fóruns académicos. Este trabalho permite o conhecimento da extensão da obra de Mons. Airosa, identificar os valores pedagógicos que configuram a sua ação e compreender o contexto sociopolítico em que se moveu.

A obra revela a figura do P.e Airosa que, em determinadas circunstâncias históricas, pôs em marcha uma empresa/instituição educativa, baseada nos valores da liberdade e dignidade da pessoa como forma de reabilitar as jovens e as mulheres socialmente marginalizadas, restituindo-lhes a autoestima e inserindo-as na sociedade, com autonomia. Assim, a sua pedagogia social une o sentido humanitário, cristão, assistencial, instrutivo e profissional e traz à sociedade portuguesa um exemplo que poderá ajudar a criar a esperança num futuro melhor, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis.

Neste contexto, tive como principais objetivos: elaborar uma biografia crítica, numa pluralidade de campos, onde os vários ‘eus’ de Mons. Airosa se revissem; identificar as razões profundas da fundação desta instituição, num complexo contexto social, político e religioso; analisar as tensões permanentes entre fundador e instituição; perceber como é que o fundador lidou com tantas personalidades de vários quadrantes políticos nos regimes de governo monárquico e republicano; conhecer a estrutura organizacional e o funcionamento da instituição; historiar a Instituição no período de 1869-1931, na sua dimensão pedagógica, económica (laboral-autonómica), biográfica (formativa-empresarial) e sociopolítica, articulando as diferentes temporalidades; avaliar a relevância e o significado histórico dos primeiros 62 anos de vida da instituição; e explicar o processo de formação progressiva e não linear desta individualidade: o pedagogo-empresário.

Dada a inexistência de um Arquivo Histórico, dei início, em 2008, à constituição do Arquivo porque se entendeu que ele seria o guardião da memória coletiva e centro de produção de conhecimento histórico. É que os arquivos, ao salvaguardarem memórias sociais, coletivas e abrangentes, estão a salvaguardar a identidade de uma comunidade ou de uma instituição.

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